O aumento de investidores na bolsa de valores traz algumas dúvidas e muitos aprendizados. E um deles é sobre um dos mais importantes eventos do mercado financeiro: o IPO.
O IPO nada mais é do que a estreia das empresas na bolsa de valores, é a partir de um IPO que as ações de uma companhia passam a ser negociadas.
A sigla IPO vem do inglês e significa Initial Public Offering. Ou seja, Oferta Pública Inicial em português. Em outras palavras, é a primeira vez que uma empresa vende ações para o público através da bolsa de valores.
Dessa forma, esse termo ficou muito conhecido e é largamente usado pelo mercado. Nesse sentido, a empresa deixa de ser de capital fechado e passa a negociar ações na bolsa.
Por isso, se diz que a empresa fez uma abertura de capital. Em outras palavras, os proprietários diluem parte da empresa e a oferecem para novos investidores – que serão também acionistas.
Quais os requisitos para IPO?
O processo para organizar a abertura de capital costuma levar cerca de um ano. E pode custar mais de R$ 2 milhões. Em alguns casos, pode ser muito mais do que isso.
A estrutura para organizar o processo geralmente tem um gestor e diversos especialistas, entre advogados e contadores. Além disso, um banco de investimentos (ou mais de um) e consultorias especializadas em mercado financeiro auxiliam no processo.
Quando a oferta está pronta, cerca de 8 meses antes do IPO, é hora de preparar um prospecto. Dessa forma, as empresas apresentam as informações financeiras dos últimos anos. Em seguida, chega o momento de auditar essas informações e alinhar tudo para a abertura de capital.
Vantagens e desvantagens
A abertura de capital, ou IPO, é um sinal de sucesso. Para muitas empresas, é a oportunidade de captar dinheiro para seguir crescendo.
Algumas vantagens do IPO para a empresa:
- Maior transparência e acesso a diferentes investidores;
- Os proprietários podem vender parte de suas ações ao público no dia da abertura de capital.
- Possibilidade de crescimento com o dinheiro “mais barato” disponível. Afinal, trata-se de atrair investidores que acreditem no potencial da empresa, mas sem promessas;
- O quadro de profissionais tende a ficar cada vez mais especializado e com pessoal de alto nível. Já que a empresa pode oferecer ações como parte dos benefícios;
- Abertura para novos projetos e parcerias com a maior visibilidade com a negociação na bolsa de valores.
Algumas desvantagens do IPO para a empresa:
- A abertura de capital é um processo burocrático e que exige investimento elevado. Nesse sentido, costuma desanimar empresas que não sejam “grandes” o suficiente;
- Determinadas regras de abertura de capital exigem um prazo de permanência dos acionistas e investidores que existiam antes do IPO. Ou seja, eles são obrigados a manter suas posições e permanecer sócios por algum tempo depois do processo;
- Muitas informações estratégicas antes confinadas aos sócios e corpo de diretores agora também precisam ser públicas. Em outras palavras, isso pode servir como subsídio para concorrentes;
- Existe a necessidade de administrar bem os sócios e grupos que podem surgir da compra concentrada de ações. É preciso cuidado da gestão para não ocorrer uma tomada hostil de controle ou alguma dissidência que prejudique a tomada de decisões.
Vale a pena investir no IPO?
Todo investidor iniciante se pergunta sobre entrar ou não em uma abertura de capital. A dúvida é comum porque parece uma ótima oportunidade de comprar as ações por um preço mais baixo.
No entanto, não é tão simples assim. O fato de o mercado não conhecer bem a empresa também pode impactar o valor das ações no IPO.
Assim, de um lado, existe o potencial de valorização das ações logo após a estreia do pregão. Ou seja, uma vantagem. Por outro lado, o contrário também pode acontecer, e s ações se desvalorizarem. E é preciso levar isso em consideração.
Ofertas primárias x ofertas secundárias
Talvez você já tenha lido por aí que existem ofertas de ações diferentes, e entender a diferença é bem simples.
- Nas ofertas primárias, a própria empresa oferece novas ações ao mercado. Portanto ao vendê-las ela fica com o dinheiro levantado.
- Nas ofertas secundárias, quem coloca as ações à venda são alguns dos atuais sócios. Então o dinheiro vai para eles e não para o caixa da empresa.
Conclusão
Um IPO é um momento histórico para a empresa e para o país onde a empresa existe e opera. Afinal, trata-se de um negócio com potencial buscando dinheiro de investidores dispostos a correr riscos para obterem resultados diferenciados.
No Brasil, temos pouco mais de 400 empresas listadas na Bolsa. Por outro lado, nos Estados Unidos são mais de 5.000 (NYSE e Nasdaq).
Temos um longo caminho para percorrer e o conhecimento sobre o tema é essencial. Esperamos ver muitos IPO’s em 2021.